- Qual a origem do Chocolate?
- Mas, e aqui no Brasil?
- O Cacau e as cerimônias xamânicas.
- Qual a relação entre o Chocolate e a Maconha?
- E por que existem tantas receitas que unem maconha e chocolate?
Qual a origem do Chocolate?
O chocolate tem uma história fascinante que remonta a pelo menos 4.000 anos atrás. Os primeiros vestígios do consumo de chocolate datam da cultura Olmeca na Mesoamérica, que é agora o México. Eles cultivavam o cacau e faziam uma bebida quente e amarga chamada "xocolātl" (pronuncia-se "chocolatl"), que significa "água amarga" em Nahuatl, a língua dos astecas.
Porém, ainda antes disso, algumas fontes apontam que o fruto do cacau é originário da região amazônica, já existindo há sete mil anos e utilizado em rituais de povos originários. Com o tempo, ele foi sendo incorporado por outras culturas e se espalhando por outras regiões do continente americano, até ganhar evidência nas populações da América Central.
Os astecas acreditavam que o cacau tinha propriedades divinas e benefícios espirituais. No entanto, a bebida era preparada com sementes do fruto e servida quente, além de possuir um gosto bem diferente do que hoje é popularmente conhecido.
Os espanhóis descobriram o cacau quando chegaram à América Central no século XVI e levaram a bebida de volta para a Europa. No velho continente, a nova iguaria era reservada para os nobres, guerreiros e sacerdotes, e recebeu um status de afrodisíaca/energética, apesar de ser considerada bastante amarga.
Com o tempo, a bebida foi adaptada para o gosto europeu adicionando açúcar e especiarias. Foi também transformada em uma iguaria sólida, quando a manteiga de cacau (gordura natural) foi separada do cacau em pó e adicionada de volta à mistura com açúcar, criando o chocolate que conhecemos hoje. Com a força da revolução industrial, o alimento se tornou um produto produzido e distribuído em larga escala, a baixo custos.
Ao longo dos anos, o chocolate tornou-se uma mercadoria comercializada em todo o mundo, com vários tipos e sabores, além de ter uma grande variedade de usos culinários e culturais.
Mas, e aqui no Brasil?
Mas a verdade é que há muito tempo atrás as tribos indígenas da Amazônia, como os índios Tikuna, por exemplo, já possuíam uma forte conexão com o cacau a ponto de utilizá-lo em suas cerimônias religiosas, muito antes da chegada dos colonizadores europeus.
Com o passar do tempo, as cerimônias foram sendo adotadas por diversas pessoas que até hoje realizam rituais xamânicos com o cacau, fortemente relacionadas ao bem estar espiritual e emocional.
O Cacau e as Cerimônias Xamânicas
Como já citado anteriormente, o cacau já tem sido usado há milhares de anos pelas civilizações em aplicações religiosas, muito por conta de um ingrediente ativo chamado teobromina - que pode ser traduzido para "Alimento dos Deuses". Esse ingrediente é responsável, por exemplo, por aumentar a produção da anandamida e endorfina no cérebro (substâncias neurotransmissoras relaxantes). Existem vários relatos que contam um pouco sobre as cerimônias que envolvem o cacau e seus benefícios medicinais.
Mas não se engane, o efeito cerebral passa longe de ser alucinógeno. O fruto é utilizado, até nos dias atuais, para cura xamânicas de caráter espiritual que podem ter efeitos psicoativos sutis, mexendo com o nosso consciente e reequilibrando as energias dos praticantes. Isso é feito em diferentes formas de cerimônia, onde algumas são realizadas através de danças e outras envolvem uma meditação mais profunda, sempre com o objetivo de fortalecer o autoconhecimento.
Uma das primeiras pessoas a utilizar o cacau de forma ritualística após os anos 2000 foi o geólogo americano Keith’s Wilson (www.keithscacao.com). Em uma viagem para a Guatemala no início deste milênio, ele teve os primeiros contatos com o fruto e descobriu o espírito do cacau, passando a aplicar cada vez mais a fruta para cerimônias ritualísticas. Posteriormente, difundiu suas ideias pelo mundo, muito através da internet, e hoje já existem adeptos em todos os continentes! Vale reforçar que o cacau consumido nessas cerimônias é quase sempre em sua forma líquida quente, em uma mistura de grãos de cacau, manteiga de cacau, água e açúcar (acompanhada muitas vezes por outras substâncias para modificar o sabor, como baunilha ou canela).
Aqui no Brasil essa prática já foi adotada por vários grupos e vem ganhando força entre as pessoas que buscam medicinas alternativas. Nesta reportagem, por exemplo, há o relato detalhado sobre o ritual do cacau sagrado, feito no interior do estado de São Paulo, onde as pessoas conhecem as práticas associadas à medicina ancestral.
Para além do aspecto espiritual, Keith’s Wilson ajudou a trazer luz aos benefícios físicos e emocionais que o cacau traz para o corpo humano. Com alto valor nutricional, o fruto é composto por substâncias que ajudam a expandir o calibre dos vasos sanguíneos, relaxando os músculos (isso explica bastante o efeito relaxante percebido pelas civilizações antigas e replicado até hoje em rituais xamânicos)
Além disso, o cacau também é um anti-oxidante poderoso e naturalmente rico em vitaminas do ferro, magnésio e do complexo B.
Mas não para por aí. Esse fruto milenar também é conhecido por liberar dopamina e endorfinas no corpo, que aliviam os sintomas da TPM e da depressão, melhorando o humor!
Qual a relação entre o chocolate e a maconha?
A relação entre maconha e chocolate não tem a ver apenas com a boa combinação de gostos, mas também tem a ver com a presença de compostos químicos com propriedades psicoativas em ambas as substâncias!
Como já citado anteriormente, o chocolate contém compostos chamados de anandamidas, que são substâncias químicas que ativam os receptores de canabinóides no cérebro. Esses receptores são os mesmos que são ativados pelos compostos presentes na maconha, como o THC.
Por isso, tanto a maconha quanto o chocolate são conhecidos por terem efeitos relaxantes e de prazer no cérebro, o que pode explicar por que algumas pessoas relatam uma sensação de euforia e bem-estar ao consumir ambas as substâncias.
E por que existem tantas receitas que unem maconha e chocolate?
É relativamente fácil fazer receitas de maconha com chocolate devido à combinação de propriedades químicas e de sabor dessas duas substâncias.
O THC, principal composto psicoativo presente na maconha, é lipossolúvel, o que significa que ele se dissolve facilmente em gorduras e óleos. O chocolate é um alimento rico em gordura, o que torna mais fácil a incorporação da maconha em receitas de chocolate.
Além disso, muitas pessoas apreciam o sabor do chocolate e a combinação de chocolate com maconha pode resultar em um sabor agradável e mais fácil de ser consumido em comparação com outras formas de consumir a maconha, como fumar.
No entanto, é importante ressaltar que a preparação de receitas com maconha requer cuidados e atenção para garantir uma dosagem adequada do THC, a fim de evitar efeitos indesejados ou sobredosagem.
Por isso, uma alternativa interessante é o consumo de chocolates terpenados sem adição de canabinóides (livres de CBD ou THC), cujos terpenos são iguais aos canábicos e capazes de incorporar aroma e sabor. Aqui na Diboa, nós temos opções de bombons artesanais deliciosos no formato de Buds e em diferentes sabores, inclusive com opção vegana. Ou seja, larica de qualidade!
Portanto, é sempre recomendável que as pessoas busquem informações precisas e seguras antes de preparar e consumir receitas de chocolate com outras especiarias que nos trazem tantas sensações.
REFERÊNCIAS:
ANGÍ - https://angichocolates.com/2019/01/31/a-historia-do-chocolate/
CANNALIZE - https://cannalize.com.br/cannabis-e-chocolate-mais-semelhantes-do-que-se-imagina/
GIRLS IN GREEN - https://girlsingreen.net/edibles-comestveis-canabicos/
GRÃO ESPECIAL - https://graoespecial.com.br/cerimonia-do-cacau/
INFOESCOLA - https://www.infoescola.com/alimentos/chocolate/
MARION PELO MUNDO - https://maironpelomundo.com/2015/02/06/a-origem-do-chocolate-experimentando-o-original-indigena-no-mexico/
Comentários
Postar um comentário