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O que é Haxixe? Um resumo sobre essa especiaria milenar e suas formas atuais.

    O haxixe é um dos produtos de cannabis mais antigos e conhecidos do mundo, com uma rica história que remonta a séculos. É uma forma concentrada de cannabis que oferece uma experiência única e distinta em comparação com a maconha tradicional. Neste artigo, vamos explorar o que é o haxixe, como é feito, seus efeitos e seu lugar no mundo da cannabis.

  • O que é Haxixe?
  • Origem do Haxixe
  • A diferença entre Haxixe e Maconha
  • Os diferentes Tipos de Haxixe
  • Formas de Consumo do Haxixe
  • Efeitos do Haxixe

O que é Haxixe?


    O haxixe, também conhecido como "hash," é um produto derivado da planta de cannabis. É produzido através da extração dos tricomas da planta, aqueles cristaizinhos que contêm os compostos ativos, como o THC (tetrahidrocanabinol) e o CBD (canabidiol). O resultado é uma substância resinosa e concentrada, muitas vezes com uma consistência grudenta, podendo variar quanto a cor ou textura, dependendo do processo de fabricação e da região de origem. O mais comum e popularmente conhecido é o haxixe em sua cor marrom escura e textura parecida com uma massinha de modelar.


Origem do Haxixe


    Existem algumas versões sobre sua real origem, mas muitas explicações apontam para as primeiras produções na Ásia central, onde hoje estão o Afeganistão, Paquistão e parte da Índia e da China.


    O termo árabe hashshashin, por exemplo, se refere a membros de uma seita islâmica medieval conhecida por suas práticas de consumo de haxixe. No entanto, a origem das primeiras produções artesanais de Haxixe, por volta dos anos 700 D.C, também é associada a camponeses chineses e agricultores afegãos.


    Durante séculos, o haxixe foi usado em rituais religiosos, cerimônias espirituais e práticas medicinais em várias partes do mundo, principalmente na Ásia. Na Idade Média, as rotas de comércio e as invasões militares contribuíram para a disseminação do haxixe por partes da África e da Europa. O uso de haxixe na medicina tradicional foi documentado em muitas culturas ao longo da história. Já a partir do século XIX, o interesse ocidental no haxixe cresceu à medida que viajantes e pesquisadores europeus exploravam o Oriente Médio e a Índia. Relatos de experiências com haxixe foram publicados na Europa, gerando interesse e curiosidade sobre a substância.



A diferença entre Haxixe e Maconha



    Como já citado anteriormente, o haxixe é um conglomerado de tricomas extraídos da maconha, possuindo uma concentração de psicoativos maior do que a planta. Em outras palavras, pode-se dizer que maconha exerce o papel de matéria prima para o haxixe. 

Enquanto a primeira é encontrada na natureza em sua forma vegetal (planta de folhas verdes, com caule, raízes, sementes e flores ricas em CBDs), onde normalmente são retirados os Buds para consumo recreativo ou aplicação medicinal, o Hash nada mais é do que o resultado da extração das resinas presentes na erva e que, após a prensa, culminam em uma matéria viscosa, normalmente de coloração marrom-amarelada.


    Vale lembrar que nem todas as extrações podem ser consideradas Haxixe. Os óleos canábicos, por exemplo, também são resultado da extração da resina das plantas, mas por meio de diferentes métodos que resultam em uma substância diferente do Hash.


Os diferentes tipos de haxixe


Primeiro, os métodos de extração sem solvente:


  • Charas


    Um dos métodos mais antigos de se fazer haxixe, e um dos mais simples, por não envolver nenhum material especializado. A produção de Charas envolve a coleta manual da resina pegajosa das plantas de cannabis. Os produtores esfregam as flores entre as mãos, muitas vezes usando luvas de couro, para retirar a resina das plantas. Essa resina cai em um recipiente e depois disso é moldada em pedaços, que podem variar em textura e consistência, dependendo do processo de produção e da região. Às vezes, ao mexer nos buds sem luvas, o charas vai ficar grudado na própria mão dos produtores, tendo que ser desgrudados para que se gere os pedaços do haxixe.


  • Dry Sift (ou Kief)


    Também uma forma antiga de extração de hash, o termo Dry Sift significa “peneirado a seco”. O processo consiste basicamente em peneirar a matéria seca, muitas vezes congelada para obter resultados melhores, em telas com gramaturas bem finas. Ao mexer suavemente os buds em cima dessas telas, a matéria vegetal é filtrada e separada dos tricomas que, por sua vez, se acumulam na superfície abaixo da tela. O aspecto final desse tipo de extração se assemelha ao visual de areia, com uma coloração mais clara e textura macia. 

    Vale lembrar que, na hora da colheita, muitos produtores fazem a trima (manicure) das flores diretamente em cima das telas, para aproveitar os tricomas que se desgrudam e não desperdiçar nada.

    E sabe aquele pozinho que fica no compartimento inferior dos dichavadores que se tritura a flor? Então, isso também é basicamente um kief ou dry sift, talvez com um resultado de menor qualidade, mas que não deixa de ser uma peneiração dos tricomas através da filtragem da matéria vegetal. Basta juntar o pózinho que fica na parte inferior do dichavador e prensar para fazer uma pecinha de Hash.


  • Ice o lator (bubble hash)


    Esse é um processo que demanda um pouco mais de cuidado e experiência para atingir melhores resultados, mas não é nenhum bixo de 7 cabeças. 

Nessa extração, utiliza-se gelo e água em sua forma líquida para separar os tricomas das flores de maconha. É preciso utilizar bolsas especiais com telas em diferentes gramaturas a fim de escalonar e ganhar precisão no processo de filtragem e peneiração.

    O passo-a-passo funciona assim: organizam-se as bolsas uma dentro da outra, na ordem de maior gramatura para menor gramatura (as telas de maior gramatura filtram menos, enquanto que as telas mais fininhas, filtram mais). Como o processo envolve água, é importante que essas bolsas estejam dentro de um balde, ou outro recipiente capaz de estocar a água utilizada.

    A partir do momento que as bolsas já estão organizadas uma dentro da outra, coloca-se toda a matéria vegetal na bolsa superior, juntamente com os cubos de gelo e água corrente. Em seguida, a etapa mais importante: agitar tudo, mexendo bastante, para que o gelo e a água possam desgrudar os tricomas do Buds. Isso ocorre pois, apesar de os tricomas serem lipossolúveis, ou seja, solúveis em meio oleoso/gorduroso, eles não se diluem em água. Isso faz com que eles sejam preservados e acabem se acumulando nas telas de cada uma das bolsas. Nessa etapa da mistura dos buds com água e gelo, existem técnicas diferentes, desde a utilização de remos até máquinas de lavar. Quanto maior a agitação, maior o rendimento, mas um excesso pode acabar contaminando mais o resultado com matéria vegetal!

    Ao fim, retira-se bolsa por bolsa, recolhendo com uma colher a resina (ou cabeças de tricoma) que ficaram retidas nas telas. As primeiras bolsas terão filtrado matéria mais grossa, como alguns pedaços de matéria vegetal ou até poeira, mas também alguns tricomas maiores. Já as próximas bolsas, mais finas, terão filtrado uma concentração maior de tricomas muito mais puros. Às vezes, utilizam-se até 6, 7 ou 8 bolsas com filtragens de diferentes gramaturas. No entanto, vale ressaltar que cada extração recolhida nas diferentes bolsas é aproveitável! O resultado final é uma pasta molhada que ainda deve passar por um processo de secagem para poder ser consumida. O rendimento de uma extração de tricomas feita dessa forma varia de 5 a 20% do peso da matéria vegetal usada (seca).


  • Rosin


    O Flower Rosin é o nome dado à extração feita através da prensa da matéria vegetal em uma alta temperatura. Este processo também exige cuidado, conhecimento e material adequado (prensa, bolsinha de nylon, papel de silicone, um palito coletor e os buds, claro). Dessa forma, o passo-a-passo consiste em: (1) colocar as flores dentro de uma bolsinha, ou uma telinha com gramatura bem fina, para segurar a parte vegetal mas deixar espaço para a resina sair; em seguida, envolver a tela em no papel de silicone, ideal para não grudar o Rosin. (2) Depois, colocar o conteúdo dentro de uma prensa e apertar bastante, mantendo apenas uma parte do papel de silicone para fora da prensa, controlando a força da pressão e também a temperatura, que deve estar quente para que a resina saia com mais facilidade dos buds. (3) Por fim, será possível observar claramente a resina alaranjada escorrendo pelo papel de silicone na medida que que a prensa é feita. Então, é preciso abrir a prensa, retirar o conteúdo e coletar a resina viscosa do papel de silicone com o palito coletor, para enfim, armazenar em um recipiente adequado.

Tudo isso exige cuidado e alguns detalhes são mais importantes e delicados para conseguir o melhor resultado!


  • Hash Rosin


    Existe também o Hash Rosin, que consiste no mesmo processo, mas ao invés de prensar os buds, prensa-se o haxixe para extrair uma resina ainda mais concentrada em THC.

 

Agora, os métodos de extração com solventes:

    Aqui, a utilização de solventes é feita para facilitar o processo de extração. No entanto, após a extração, é necessário realizar a purgação desse solvente (evaporação da resina final) para manter o hash mais limpo possível e livre de solventes, sem perder THC. Mas o fato é que nestes métodos existem muitos detalhes e especificações em cada uma das etapas, que variam de produtor para produtor, sendo extremamente raro que o solvente seja eliminado 100% do resultado final. De qualquer maneira, há quantidades mínimas consideradas aceitáveis pelo senso comum dos produtores, no que se refere a esse tipo de extração com solvente.


  • BHO


    A Sigla BHO vem do termo em inglês Butano Hash Oil. Esse método de extração utiliza gás butano e um pouco de pressão para desgrudar os tricomas (ricos em psicoativos) das folhas de maconha e conseguir a resina final.

Claro que com instrumentos especializados e alguma experiência, é possível atingir melhores resultados, mas este processo também tem sua versão caseira.

    Em resumo, neste método, é necessário triturar a matéria vegetal e colocá-la dentro de um tubo de ensaio de vidro. É importante deixar a ganja dichavada um pouco solta dentro do tubo, permitindo que o gás tenha espaço para passar. Depois, coloque uma tela na cavidade mais aberta do tubo de ensaio, para que filtre a matéria vegetal e deixe passar apenas resina oleosa. Agora com o tubo preparado, coloque o bico do gás butano na outra extremidade (que deve ser bem pequena), e pressione para o gás entrar em contato e escorrer por toda a matéria vegetal, desgrudando os tricomas e escapando pela tela, até cair no recipiente de coleta.

    Por fim, depois da extração já feita, é necessário fazer a purgação (evaporação), minimizando os resíduos de solvente. Talvez a maneira mais especializada seja utilizar panelas de pressão a vácuo, controlando com temperatura morna. Mas outras formas de evaporação mais caseiras, como evaporação ao sol ou no banho maria, também podem ser aplicadas, sempre atentando para não queimar e perder THC. A resina final vai ter uma coloração caramelo meio transparente, e uma consistência parecida com uma cera.


  • Shatter


    O processo é bem parecido com a extração BHO, pois também envolve gás butano como solvente, em contato direto com a matéria vegetal dichavada. No entanto, a solução obtida após o processo de separação dos tricomas com o gás butano passa por etapas mais minuciosas de aquecimento e agitação, fazendo com que a resina final fique mais clara, na cor transparente-alaranjada, e com aspecto de vidro, rígido mas quebradiço, apesar do leve teor de viscosidade.  Aliás, em inglês, shatter significa quebrar, estraçalhar.

Normalmente, utiliza-se um forno a vácuo para eliminar todo o solvente, evitando contato direto com a pressão atmosférica ambiente, e, posteriormente, deixa-se em repouso, longe do calor, a fim de atingir resultados mais puros.



  • WAX


    Também extraído com butano, o Wax se diferencia dos outros principalmente pela cristalização dos terpenos, que ocorre durante o processo de purga e secagem. Isso confere uma aparência opaca ao resíduo final. Eles ainda são divididos em dois tipos: Budder (consistência de manteiga) e Crumble (esmigalhado).


  • Pretin (álcool)


    Essa é talvez a forma caseira mais popular de se extrair haxixe. E, por este motivo, a resina final não atinge níveis de qualidade tão alto quanto outras formas de extração. Mesmo assim, é possível fazer!

Aqui, o processo envolve álcool etílico (>70%) para extrair os tricomas das flores. Na verdade, quanto maior a concentração de álcool, mais eficiente será a extração. Por isso, pode-se utilizar também álcool 98%, por exemplo. A ideia consiste em deixar os buds Dichavados embebidos em um recipiente com álcool etílico. Recomenda-se, inclusive, chacoalhar o recipiente para forçar os tricomas a desgrudar das plantas.

Feito isso, é preciso filtrar e retirar a parte vegetal, com alguma peneira, deixando apenas a solução de álcool com tricomas no recipiente.

Por fim, depois que essa solução dar uma descansada, é realizada a purga do solvente (evaporação do álcool), podendo ser realizada em banho maria.

O resultado final é uma resina escura e pegajosa.



Formas de consumo de Haxixe


    Agora que você já conhece um pouco mais sobre as diferentes maneiras de extrair Hash, vamos falar um pouco mais sobre a forma de consumi-los.


  • Spliff


    O jeito mais conhecido e popular é o Spliff, termo usado para se referir ao cigarrinho feito da mistura do haxixe com um pouco de tabaco, conferindo uma combustão mais homogênea e facilitada. Normalmente, utiliza-se uma cuia para adicionar os componentes e uma tesourinha para picotar bastante o fumo. Os haxixes com uma consistência mais firme, parecidos com massinha de modelar, como o hash pretinho, o dry sift ou até mesmo o Ice, são os mais indicados para este tipo de consumo, já que as extrações mais moles ou mais viscosas dificultam o processo na hora de dichavar e bolar.


    O grande segredo aqui é encontrar uma proporção ideal entre haxixe e tabaco, a fim de potencializar a brisa, evitando o excesso de tabaco, mas também atentando para que o baseado fique fácil de puxar, com uma combustão estável.

  • Bong (Dab)


    Bongs próprios para extrações, conhecidos também como DAB, os famosos 

bongs de vidro e seus acessórios periféricos mas super importantes (nail, steen, carbcap, dabber, etc.). Normalmente utilizam-se DABS pra fumar extrações mais viscosas, como Shatters, Wax, BHO ou Rosin, pois todo o mecanismo favorece o maior aproveitamento possível destes hashs, evitando o desperdício e potencializando a sessão.



  • Néctar Collector


    Um item que chegou recentemente no mercado, e veio para facilitar o consumo de extrações. Mais prático do que Spliff, mais leves e menores do que um Dab. O Néctar Collector nada mais é do que um acessório com uma ponta de quartzo, cerâmica ou titânio, capaz de resistir a altas temperaturas. Basta esquentar essa ponta e pressionar contra o haxixe para consumi-lo, inalando diretamente pela outra extremidade. Alguns Néctares Collectors ainda podem possuir percolators com água em seu interior, contribuindo para um resfriamento da fumaça. Podem possuir uma dinâmica parecida com um Bubbler ou com um Dab, mas são diferentes, pois são mais fáceis de utilizar.


    Independentemente da sua forma escolhida para consumir, é sempre importante manter o seu hash guardadinho em um potinho hermético apropriado, seja de silicone ou de vidro.



Efeitos do haxixe


    Isso pode variar de pessoa pra pessoa, dependendo do contexto em que é consumido e também da maneira como cada corpo vai reagir. Mas de uma maneira geral, os efeitos são muito parecidos com os da maconha, podendo ser mais intensos e alcançados mais rapidamente.


Dentre outros, encontram-se:


  • Sensação de relaxamento

  • Olhos pesados

  • Sorrisos involuntários

  • Euforia

  • Aumento da sensibilidade

  • Aumento da percepção de cores, sons e sabores

  • Aumento do apetite

  • Falta de concentração

  • Ansiedade

  • Aumento da libido

  • Aumento da frequência cardíaca


    É importante ressaltar que não há estudos concretos que indiquem vício, dependência física ou psicológica de pessoas que consumiram haxixe. O uso normalmente é recreativo e feito para buscar a sensação de relaxamento.



Referências

Smoking Papper: https://rollandfeel.smokingpaper.com/pt/que-e-haxixe/


Smoke Point: https://www.smkpoint.com.br/haxixe-o-que-e-como-fazer-e-os-principais-tipos


The HeadShop club: https://thclub.com.br/o-que-e-haxixe-e-quais-sao-os-tipos/


Grupo Recanto: https://www.gruporecanto.com.br/blog/haxixe/


Green Power: https://greenpower.net.br/blog/metodos-extracao-de-concentrados/


InfoEscola: https://www.infoescola.com/drogas/haxixe/


Girls In Green: https://girlsingreen.net/rso-oil-extracao-teraputica-rica-em-thc/


Girls In Green: https://greenpower.net.br/blog/extracao-de-bho-passo-passo-como-fazer/


GeaSeeds: https://geaseeds.com/blog/pt-pt/wax-como-se-faz-efeito/



 


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