Proibicionismo
Porque proibiram a planta?
O discurso proibicionista se baseia fundamentalmente em uma pauta moralista, isto é, a questão das drogas acaba por se tornar uma questão sobre o que é certo e errado, ou pior QUEM é o certo e o errado que deve ser punido, e não sobre fornecer as informações e ferramentas necessárias para a população poder decidir de acordo com suas vontades e vocações, assim como fazem em relação às outras esferas da vida que o Estado não se intromete, mas podem fazer tão mal quanto. Como é o caso do açúcar, gorduras, cigarros em que a embalagem avisa o consumidor dos males de se consumir o produto, assim as pessoas conhecem os riscos, passando a fazer um uso mais consciente, mas quando a droga é proibida quem avisa o consumidor?
Por que o Estado gasta seus (nossos!) valiosos recursos que poderiam estar sendo destinados à Educação ou Saúde investindo em uma política que já se mostrou sem resultado algum, ou pior, resultou em um encarceramento de sua população, em sua maioria pobre e preta?
A resposta é simples, porque há gente poderosa que se beneficia dessa estrutura, que envolve muitas camadas da sociedade, desde os políticos até a polícia. Um dos grandes argumentos acerca da Legalização da Cannabis é justamente o de que ela traria grande arrecadação de impostos, além de movimentar a economia, e esse dinheiro voltaria para a população, diferentemente de como é com a proibição, o dinheiro vai todo para os chefes dessa organização criminosa. Legalizar significaria cobrar impostos, o que não é do interesse dessa corja, o encarceramento em massa é conveniente para eles pois alimenta essa estrutura que gera criminosos úteis para eles, uma vez que quem é preso nunca é quem realmente está por trás das operações, mas sim bodes expiatórios sempre sendo usados para alimentar os discursos moralistas, que se sentem mais seguros toda vez que alguém é preso ou uma carga apreendida, mas é mera ilusão, pois aqueles presos serão substituídos e a sensação de segurança é puro placebo.
O Moralismo é a base emocional do proibicionismo. Se racionalmente os estudos minuciosamente demonstraram que a guerra às drogas se mostrou falha na prática, o Moralismo é uma ferramenta emocional que compele e coopta aqueles que são alienados por falta de informação (ou pelo excesso de Fake News), a serem pró-proibicionistas sob as premissas de que a proibição salva vidas, que a maconha é perigosa pois seria a porta de entrada para outras drogas, ou que a maconha vai matar seus neurônios e interromper sinapses e te deixar burro, mas existem coisas comprovadamente tão perigosas (ou mais) que são naturalizadas em nossa sociedade. Ao marginalizar os usuários de drogas e tratar como caso de polícia estamos fugindo da real causa do problema, que tem mais a ver com questões sociais e de saúde. O discurso proibicionista nos prometeu um país mais seguro, promessa que não só falhou como piorou a violência. O encarceramento em massa gerou problemas de segurança mais graves do que podemos imaginar, com o surgimento de facções criminosas que se tornam um verdadeiro Estado paralelo. A maioria dos presos por porte de maconha no Brasil são usuários que portavam pequenas quantidades, enquanto os verdadeiros chefes do tráfico saem ilesos.
Desde sempre houve uso de drogas, não é possível impedir que as pessoas usem, mas é possível informar e educar para que elas possam tomar as melhores decisões no que diz respeito às suas vidas.
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